Do Chamado à Queda: Como o Orgulho Transformou o Primeiro Rei de Israel

A ascensão de um rei escolhido por Deus

Israel clamava por um rei. O povo já não queria mais depender de juízes — eles queriam se parecer com as outras nações (1 Samuel 8:5). Apesar do alerta de Samuel sobre os perigos dessa escolha, Deus permitiu. Então surge Saul, da tribo de Benjamim: alto, belo, forte — aos olhos humanos, perfeito para reinar (1 Samuel 9:2).

O próprio Deus o escolheu, e o Espírito do Senhor veio sobre ele com poder (1 Samuel 10:6). Saul foi ungido por Samuel e se tornou o primeiro rei de Israel. Tinha tudo para dar certo. Deus estava com ele. O povo o aclamava. O céu havia se movido.

Primeiros passos de fé e coragem

No início, Saul demonstrou coragem. Liderou Israel contra os amonitas com bravura (1 Samuel 11), e o povo reconheceu sua liderança. Samuel o reafirmou como rei diante de todos. Mas com o tempo, o coração de Saul começou a inclinar-se para si mesmo, e não mais para Deus.

Quando as pressões chegaram, Saul mostrou quem realmente governava em seu interior.

A queda começa com uma “pequena” desobediência

A primeira grande falha de Saul foi a impaciência. Em 1 Samuel 13, diante de um exército inimigo numeroso, ele esperava Samuel para oferecer sacrifícios a Deus antes da batalha — mas Samuel atrasou. O povo começou a se dispersar. Saul, ansioso e temendo perder o controle, ofereceu ele mesmo o sacrifício — algo que só o profeta podia fazer.

“Procedeste nesciamente; não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou.”
— 1 Samuel 13:13

Foi aí que Deus revelou: o reinado não permaneceria com Saul. Deus já buscava “um homem segundo o seu coração”.

A prova final: obediência total ou rejeição

Em 1 Samuel 15, Deus dá a Saul uma ordem clara: destruir totalmente os amalequitas — homens, mulheres, gado, tudo. Era um julgamento divino por pecados antigos (Êxodo 17:14). Mas Saul poupou Agague, o rei, e o melhor dos bois e ovelhas, dizendo que seria “para oferecer ao Senhor”.

Samuel confronta Saul com palavras eternas:

“Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros.”
— 1 Samuel 15:22

Saul tentou justificar, tentou esconder-se atrás da religiosidade. Mas Deus não se impressiona com aparências. A obediência é o que Ele busca.

Obediência: não é opção, é essência

A história de Saul nos mostra que a obediência é a verdadeira expressão de amor e reverência a Deus. Saul perdeu o trono, o favor divino, e foi atormentado por um espírito maligno (1 Samuel 16:14), tudo porque não levou a sério a ordem de Deus.

Hoje, muitos querem os benefícios do Reino, mas sem submissão ao Rei. No entanto, Deus não se impressiona com ações externas, com sacrifícios que não nascem da obediência.

O propósito da obediência é nos manter em aliança com Deus, debaixo de Sua proteção, direção e favor. Não obedecer é dizer, com atitudes: "Eu sei melhor que Deus". E isso sempre leva à ruína.

Conclusão: Que tipo de rei você é?

Assim como Saul, todos recebemos um chamado. Deus nos unge para viver segundo Seus propósitos. Mas a unção não sustenta um coração desobediente.

Obedecer é confiar. Obedecer é amar. Obedecer é viver.

“Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.”
— Isaías 1:19

Não perca o seu propósito por desobedecer. Que o erro de Saul seja para nós um alerta: sem obediência, não há governo. E sem governo espiritual, não há vitória.