Uma Verdade Entre Milhares: O desafio da fé em um mundo de opções

07/04/2025

MIssionário Castellani

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A Porta Estreita

Quantas religiões existem no mundo? Essa é uma pergunta feita aos milhares, todos os dias. Às vezes por curiosidade, outras, com intenções menos inocentes — como quem deseja deslegitimar a fé cristã ou colocar o monoteísmo sob suspeita. Argumentam que religiões asiáticas existiam séculos antes de Cristo, citam tradições antigas e filosofias complexas. E então perguntam, com ares de dúvida provocadora: “Com tantas crenças, apenas uma leva à salvação?”

Por trás dessas perguntas, muitas vezes há um desconforto — não com a fé em si, mas com aquilo que ela exige. Porque seguir a Cristo nunca foi um convite ao conforto, mas ao confronto: com o ego, com o pecado, com os valores deste mundo. Ele mesmo disse:

"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." (Mateus 16:24)

Não é uma jornada de conveniências. A cruz pesa. A porta é estreita. E como Jesus advertiu:

"Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão." (Lucas 13:24) "Larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela." (Mateus 7:13)

Talvez por isso tantos abandonem o caminho. A renúncia assusta. A obediência incomoda. A ideia de que há uma verdade absoluta desafia o relativismo confortável que impera no mundo moderno. Mas não é novidade. A história da fé cristã é marcada por resistência e fidelidade, mesmo em meio à perseguição.

Os primeiros cristãos foram açoitados, lançados aos leões, queimados vivos. Não porque fossem rebeldes ou violentos, mas porque ousaram dizer que havia um único Senhor — e isso, para um império que venerava homens como deuses, era inaceitável. Mesmo assim, não recuaram. Sabiam que a dor era passageira. Que o sofrimento desta vida não se comparava à glória por vir.

"No mundo tereis aflições", disse Jesus, "mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (João 16:33)

Hoje, a perseguição talvez não venha em forma de açoites ou prisões. Mas se apresenta em olhares de desprezo, piadas ácidas, exclusões silenciosas — no trabalho, na escola, às vezes até dentro de casa. Ainda assim, a promessa permanece:

"Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam." (Tiago 1:12)

Que não nos escandalize o número de religiões. A verdade não se mede por estatísticas nem pela antiguidade de suas tradições. A verdade se revela na cruz — e é lá que Cristo nos chama. Que tenhamos coragem de atravessar a porta estreita. Porque é nesse caminho, por mais difícil que seja, que se encontra a vida.